Fabrizzio Facundo
Sou um clandestino em minha própria mente,
um estrangeiro vindo de terras longínquas.
Hora de um deserto, hora de uma praia
vindo de oceanos revoltos e terras calmas.
Tempestade ao ponto de devastar,
brisa suave a acalentar.
Sou um ser metamórfico 
cheio de idas e vindas governadas de altos e baixos.
Contradições fazem menção ao correto e citações me mostram a veracidade do existi
próximo do caos e distante do desastre intermediario ao colapso. 
Ideias ilustres, corpo ardente, jeito moleque, maturidade, transição, mudança, inquietação.
Músicas fúnebres e canções alegres me deixam em êxtase, 
sem saber o que devo sentir, no meio de ambas fico a ouvir, 
De descrente ao crente na notoriedade dos acordes em comum acordo
dado ao movimento previamente organizado 
por símbolos em uma folha de linhas em paralelo...
O que for bom Ouça! simples assim.
De longe aqui estou sem ao certo saber se sento ou caminho, 
se deito ou apenas fico parado. 
Belezas nessa jornada já vi, tristezas percebi, verdades e algumas mentiras consenti. 
No que pensar? Do que fugir?
De um clandestino em mim. 
No deserto uma rosa banhada de sangue por mim derramado, 
na praia perde-se a cor ofuscada pelo sol avermelhado. 
Quero meu patriotismo que há tempos busco dentro de mim. 
Luto! Travo inúmeras batalhas intrapessoais
e a cada uma venho vencendo, uma a uma vencendo. 
Certo da Pátria restaurada retomo minha identidade. 
Sou isso, sou aquilo, sou somente o que posso ser. 
De clandestino a um repatriado em mim mesmo
agora posso entender.